Wychlaran - Alex

Três dias se haviam passado desde que começara o transporte da caravana. Os terrenos pedregosos de Rashemen em nada lhe eram estranhos, tampouco o eram os pequenos vilarejos fluviais, que aumentavam em número quanto mais próximo estivessem à região lacustre. A viagem era morosa quando não era cansativa, e cansativa quando não era morosa. Os comerciantes pareciam olhar para você como quem se depara com algum tipo de criatura selvagem que desconhece. Isso até não era tão raro, mas quando a postura se mantinha depois do primeiro dia, começava a ficar um pouco irritante.

Estavam terminando de montar acampamento no terceiro dia de jornada, quando o evento mais inusitado da viajem ocorreu. Os caminhos de um destacamento de bárbaros de Nar se cruzava com o de vocês. Normalmente aquilo queria dizer problema, MUITO problema, mas, conforme aprenderam quando o único membro do destacamento que parecia falar o idioma de vocês interpelou o grupo antes que houvesse chance de um conflito, este grupo estava em uma missão um tanto mais pacifista. Aparentemente havia uma espécie de líder guerreiro entre os povos Rashemi, e eles estavam buscando negociar paz e aliança com esse líder para poder expulsar os Invocadores de Demônio, que pareciam estar ganhando terreno sobre as terras nevadas de Nar. Conforme conversaram -com diversas pausas para que o líder do destacamento traduzisse ao restante dos membros o que estava sendo dito- eles haviam entrado a pouco tempo em Nar, e haviam estranhado um tanto a formação rochosa que viram próximo à fronteira.

Bem, o fato é que a fronteira era seu caminho, e você não se lembrava de nenhuma grande formação rochosa por lá...

Alex escuta atentamente enquanto o comerciante que lhe contratára termina de conversar com os bárbaros. Em princípio, ele mantinha uma mão hesitante no cabo de uma de suas adagas, prontas para arremessá-la a qualquer movimento brusco. A medida que a conversa se desenrolava, os nervos do meio-elfo se acalmavam e ele largava a arma.

Depois que a conversa havia sido terminada e os bárbaros partido (estou presumindo que estamos indo em direções opostas...), Alex vira-se pra o mercador que havia lhe contratado.

-- Não conheço essa formação rochosa da qual eles estavam falando. Se ela existe, ela é nova. Em uma terra de bruxaria e feitiços como essa, uma formação rochosa que surge de repente não é algo 100% inédito. Ainda assim, é preocupante. A fronteira fica no nosso caminho e teremos, invariavelmente, que passar por lá, mas vamos nos manter atento e evitar nos aproximar dessa formação rochosa, se possivel.

Então ele olha para o céu, julgando a posição do sol. -- Levamos muito tempo conversando com esses bárbaros, precisaremos apressar um pouco o passo para no manter no cronograma.

Com isso, Alex volta a caminhar, guiando o caminho.

A ideia de evitar completamente a formação rochosa, caso ela ficasse, de fato, onde você havia compreendido pelas afirmações dos bárbaros, não seria muito prática, pois envolveria fazer um grande contorno ou pelas fronteiras de Mar e do País do Norte, ao Norte, ou pelas Montanhas do Alvorecer, ao Sul. Ainda que nenhum deles fosse demasiado perigoso, ambos tinham seus impecílios. Atravessar pelo norte queria dizer evitar os atoleiros de um terreno pantanoso coberto por neve, enquanto atravessar ao Sul exigiria fazer as carroças serem forçadas a correr montanha acima. Em ambos os casos, o cronograma do grupo sofreria algum impacto.

Alex suspira e coça os olhos. Virava-se, então, para o mercador e explicava a situação.

Em sua opinião, seria insensato atravessar a estrutura rochosa desconhecida. Alex passara tempo o suficiente em Rashemen para saber que coisas estranhas aconteciam e que isso, geralmente, não era boa noticia. Os outros caminhos tinham seus empecilios, sim, mas eram empecilios conhecidos para os quais eles podiam se precaver. E era sempre melhor enfrentar um obstáculo conhecido.

Porém, desviar-se significaria atrasar o cronograma e Alex sabia que o mercador tinha um cronograma rígido para chegar ao seu destino. Além disso, o aumento do no tempo iria implicar aumento no seu pagamento, o que podia não agradar o mercador.

-- Em resumo, desviar do caminho teria seus riscos e iria aumentar o tempo, mas eu acredito ser mais sensato do que explorar essas estruturas rochosas desconhecidas. Mas, como é você quem está pagando, deixo a decisão nas suas mãos.-- Com isso, Alex deixava a decisão nas mãos do cliente.

-- Orra -falava o mercador num sotaque carregado -ouvimos falar bem de você e cá está você com medo de unas pedrrinhas. Ou sô está tentando nos enganarr e ganharr mais ás nôssas custas?

--Quando se anda essas terras pelo tempo que eu andei, você aprende que o medo não é algo ruim. Medo é um aliado, o medo te mantem precavido e te mantem vivo.-- Alex fala, em um tom neutro. -- Mas, se vocês estiverem dispostos a explorar as rochas, por mim tudo bem. Tenho que admitir que estou curioso.

"Como é aquele ditado sobre curiosidade e os gatos?" Alex se agachava e fazer um carinho na cabeça de Sombra, que se esfregava nas suas pernas. -Tudo bem, menina, fique com os olhos bem abertos, certo?

--Vamos lá então. * Com isso, Alex mantinha o percurso combinado. * "O que diabos estava acontecendo?"

Sessão continuada via RRPG.

Alex chega aos colossais dedos de pedra:


Uma vez lá, ele se depara com Katarina e seu guardião, que pareciam concentrados em algum tipo de ritual. Ao lado deles, sob os dedos de pedra, havia um grande buraco de terra, e um sujeito com trajes de mercador ao lado do buraco. O chefe da caravana que estava acompanhando lhe diz que aquele mercador era quem eles estavam indo encontrar.

--Bem, então meu trabalho aqui terminou. -- Alex comenta, virando-se para seu contratante. -- Foi um prazer fazer negócios com você. Eu ofereceria meus serviços para o caminho e volta, mas temo que minha curiosidade foi devidamente aguçada e eu pretendo ficar um tempinho aqui.

Com isso, Alex vira-se para os dedos de pedra e começa a andar por eles, procurando por algo que lhe chame a atenção. Algo que possa dar um dica de o que fez aquela estrutura surgir.